Thursday, August 16, 2018

Uma Jornada para lembrar

Foram muitas horas até aqui,
Mas o que importa?
O que é que dá sentido para tudo isso?
Esse é um dos maiores problemas existenciais,
Não é mesmo?

Continuar a viver, é uma escolha que fazemos diariamente
Escolher isso, porque o mundo precisa de nós
O nosso corpo esta aqui,
A nossa alma, onde esta?
Não deve haver uma desconexão
Corpo e alma devem estar no mesmo lugar

Tudo deve ser feito com inteireza
Sei que temos o compromisso
Mas precisamos estar aqui, para fazer isso
O impulso nos leva para a frente
Mas para frente onde?

Não sabemos, e é nisso que consiste o mistério
Sempre haverá uma parte considerável desconhecida
Nesse imenso oceano
Escuro e denso

A consciência: uma pequena luz
Mas é o que temos, para nos guiar
Para iluminar os caminhos por onde vamos
E quem sabe encontrarmos a paz
Durante a jornada, sem ponto de chegada

Thursday, March 15, 2018

O mundo segue precisando de corações abertos

A essência é imutável. Isso que é invisível aos olhos, mas perfeitamente percebido pelo coração. O  que esta por trás de tudo. A dor, a emoção, a vida a simpatia. Isso tudo, todos nós vamos viver. É  nossa experiência arquetípica.

Nossa alma é única, e ao mesmo tempo tem o mesmo que toda alma tem; essa coisa humana, essa  coisa mundana, que faz com que a gente se ajeite do jeito que der, que se doe, do jeito que doer. E o  mundo segue precisando de corações abertos, de almas livres. 

Cá estou, de volta à aquelas profundezas do meu próprio interior, depois de cinco anos, revisitando as páginas antigas de pergaminhos inacabados, buscando o meu templo interior, aquela voz que eu tinha, que me dizia que era melhor ir por aquele caminho e não pelo outro. 

Cá estou, de novo ouvindo Pink Floyd, porque pra mim continua atual. Porque no fundo tudo é atual. Ou você pensa que nossos avós não passaram pelas mesmas mágoas que nós? Que não beberam por esses mesmos motivos que nós, que não sofreram, não amaram, não esperaram o tempo passar? 

Há pelo menos dois jeitos de escrever, minhas amigas e meus amigos, um que você pensa como você quer comunicar e o que quer comunicar. E outro, que o texto pensa como vai usar o que você tem de  conteúdo para dizer o que ele próprio pretende dizer. Esse texto sem dúvidas é a segunda opção. 

Saturday, September 24, 2016

Trabalho e razão de ser

Será que sonhar em trabalhar com o que a gente realmente gosta é perda de tempo? 

Desde o momento em que nascemos já existe uma rota que traçaram para nós, que supostamente nos levará até o sucesso. É a ideia de que vamos estudar, prestar o vestibular, fazer faculdade, estagiar, formar, ingressar no mercado de trabalho, fazer pós-graduações, subir na empresa, mestrado, doutorado, e após todo esse procedimento, se restar algum tempo, viver... 

Estamos "presos" nessa rota, que sequer fomos nos que determinamos. Mas como seria viver na contramão disso? É possível? Podemos pensar de forma autônoma e decidir nosso próprio destino?Vamos examinar isso através das seguintes reflexões: 
"O que é que dá sentido a sua vida? Qual é sua visão de mundo? 
Quanto dela decorre de sua família de origem? Quanto decorre do Espirito da época? E quanto é realmente genuíno?" (Absolon Macedo) 

Para se trabalhar com o que realmente gostamos, e da FORMA com que realmente gostamos, é essencial encontrarmos nossos valores pessoais. Digo, não os valores que nos foram ensinados, e que sentimos a obrigação de seguir, mas aqueles valores que nos dão uma historia de vida, que nos dão um propósito existencial. Muitas teoria psicológicas tem falado a respeito disso, da importância do "Sentido de vida". Pois bem, esse "Sentido", vai ser fundamental para encontrarmos o nosso trabalho ideal. 

Ikigai é uma palavra japonesa que significa "razão de ser". É o motivo pelo qual uma pessoa acorda todas as manhãs, o trabalho que ela realiza no mundo. O trabalho em seu sentido natural é prazer: O prazer de criar, de inventar algo, transformar. O Ikigai de cada um, ou seja, seu propósito pessoal de vida, pode ser recuperado através de uma busca profunda. A busca fundamental do desenvolvimento humano, que é responder a pergunta "quem sou eu?" 

A maior parte de nós vive uma vida vazia, como se nosso coração não pulsasse. Mas dentro de nós há uma chama, há um paixão por alguma atividade ou jeito de ser, capaz de transformar o mundo. E amamos tanto esse jeito de ser, porque ele é exatamente quem somos em essência. Uma vez descoberto esse centro da nossa personalidade, encontramos a paz. 
“A vida é um breve momento entre dois grandes mistérios”(C.G.Jung) A vida é muito curta, e não sabemos onde vai dar, por isso, precisamos ascender essa chama. A sua chama esta acesa? 

Você deve estar se perguntando se esse texto é mesmo sobre o trabalho. Toda essa enfase em autoconhecimento, será que irá lhe ajudar de alguma forma a exercer o seu trabalho? 
Tenha em mente que estamos falando numa perspectiva muito ampla de trabalho. Não meramente emprego, mas trabalho entendido como seu agir pessoal no mundo. Mesmo que você tenha um emprego, e mesmo que você não goste dele, mas necessite dele, acredito que conhecer a si mesmo, lhe permitirá ser o mais fiel possível à suas inclinações, Desde a antiguidade grega, a máxima "conhece-te a ti mesmo" era proclamada aos quatro ventos. Platão, por exemplo, trouxe elementos importantes nesse quesito, ao dizer, que existe a aparência, e existe a essência das coisas. E vasculhando a nossa essência, para além do que desejamos aparentar ser, é que iremos encontrar a nossa vocação. Algo capaz de fazer nossos olhos brilharem. Por isso se você tem condições de ir atrás disso, vá. 

Nossa sociedade, com seu sistema, encontra-se ainda na caverna de Platão, submersa no mundo das aparências. O sistema é um círculo vicioso que envolve: Consumismo, pragmatismo, competição, produtivismo, efetividade, medicamentos, aceleração. Nada é feito para durar. Nesse círculo, é que somos explorados pelo emprego: “O trabalho é o único suicídio socialmente referendado” (Absolon) 

Não estou fazendo apologia ao socialismo, que fracassou ao longo da história, e sim, à uma micro-revolução da consciência de cada um. 

Para encontrar a si mesmo é preciso uma certa independência: Não no sentido de alguém que não precisa de relacionamentos e da comunidade, mas sim no sentido de quem busca sua própria verdade, sem tomar como verdadeiro o que lhe é imposto pelos outros simplesmente pelo fato de ter afeto por estes, ou por estes serem uma autoridade. Se livrar de todo e qualquer tipo de alienação.  

Para que essa revolução interior ocorra, é essencial que a pessoa se aproprie do seu tempo. O tempo é dela. Nada expressa isso melhor do que a expressão do inglês "Take your time". Não se apresse, e não deixe que te pressionem. Vá com calma. É como diz o filósofo Sérgio Lessa, a questão para pensarmos o trabalho deveria ser o tempo que temos disponível, e não o tempo de trabalho socialmente necessário. É claro, que isso esta longe de se tornar possível para a maioria que tem que ir a luta para sobreviver, mas quem sabe um dia a sociedade se atente a isso, para que possamos decidir o que queremos fazer de nossas vidas, o que queremos de nosso destino. Para isso é preciso termos tempo para investir nesse busca interna. Nós trabalhamos muito e sem prazer. Em essência, isso não é o que o trabalho poderia ser para nós: Uma grande realização. Trabalho não precisa ser aquilo que você conta os segundos para acabar, que você espera passar, para que chegue a hora do Happy Hour. Trabalho pode ser prazer. Descubra o seu lugar no universo.  

Saturday, May 28, 2016

Podemos fazer tudo o que importa

Um texto criado espontaneamente. 
Posso ouvir a voz que ecoa em mim. Calado, enquanto meus dedos buscam palavras, para expressar, sintetizar o que se passa dentro de mim. Escrever é uma forma de existir, um ato criativo, dos mais sublimes. É possível ser tomado de tal forma por uma experiência artística, que parece que uma psicografia está acontecendo. Mas não é um espirito que toma conta de mim, é O espírito. Espírito da Arte. Essa energia universal que toma emprestado o dom de alguns bons criadores, que apenas se deixam usar pela intuição de algo que eles ainda sequer podem ter ideia do que seja. Contemplativos, absortos numa experiência quase mística, seus anseios são vistos por eles próprios de muito longe. Eles não estão submersos nas preocupações. Estão vendo os anseios como expectadores. Como é bom ver suas próprias preocupações assim nessa distância. Vemos o que somos afinal. Humanos, ah, somos humanos! E quanto mais humanos somos, mais nos entendemos. Ninguém é do jeito que é por um acaso. Milhares, milhões, vivendo na inconsciência, agindo por impulso, por repetição da velha brutalidade! É que ainda não despertamos desse sono profundo, em que nos encontramos, ainda não entendemos o senso de solitude, e de paz. É preciso estar bem consigo mesmo, vencer a guerra interna, e então viver em comunidade. Não se trata de isolamento, mas se trata de modificar o próprio ambiente, se trata de levar a luz. É claro que serão necessárias horas de reclusão, mas lembre-se que o sentido de tudo sempre estará em relação com as pessoas, com o mundo. Somos todos parte dessa mesma humanidade. Somos todos um.
                Mas essa contemplação está “perdida”. (Ou na verdade ela sequer foi conquistada ainda). Há um agitamento nas ruas. A pressa tomou conta do nosso dia-a-dia. Falamos nas músicas e nos poemas de como é bom ver a lua, e o pôr-do-sol. Ou de como é bom fazer uma refeição com os amigos. Apenas exemplos, de coisas prazerosas, que deixamos de lado. Não é nossa prioridade. Viver é secundário. Queremos alcançar, queremos resolver nossos problemas, mas o cerne de nossos problemas é exatamente nossa tentativa de resolve-los. E comigo não é diferente. Por isso, escrevo para mim mesmo, coisas que eu mesmo preciso ouvir. Falo do lugar da imperfeição, do humano. Mas ainda assim, imperfeito, sou movido por uma utopia, por um sonho. Algo que certamente não irá se tornar realidade, mas que me guia.
                Podemos fazer tudo que importa, é uma questão de prioridades. Não deixe que os outros te pressionem a fazer o que você não quer e o apertem para fazer mais rápido do que você pode fazer. Respeite seu tempo, seu corpo. Faça uma coisa de cada vez. Em outro texto, escrevi sobre o tempo, da importância de se ter um tempo para realizar tarefas necessárias, e de se ter outro tempo simplesmente para curtir a vida. A maioria de nós sabe que é importante fazer essas duas coisas, mas ainda assim vemos muita gente caindo nos extremos. Um dos extremos é o trabalho excessivo, e o outro é a festança excessiva, que com o tempo se torna insustentável. 



Take your time. “Aproveite o dia”

Friday, February 5, 2016

Um texto sobre como usar o tempo


(Lembrando que é só uma ideia, use se fizer sentido pra você)

Divida o tempo em dois:

1 -  O tempo de cumprir as tarefas que são importantes cumprir.

- O tempo de relaxar, fazer algo que lhe faça sentir bem, sem precisar objetivar nada, sem ter nenhuma intenção, apenas aberto para as experiências que possam surgir.


É impressionante como esses dois momentos distintos se complementam.
Na vida lidamos com essas duas polaridades: 
Por um lado precisamos de um planejamento visando melhorar o nosso AMANHÃ

E por outro precisamos apreciar e aproveitar o nosso HOJE

Sem exageros

Se trabalhar demais pensando no amanhã, logo será tomado pelo stress, ansiedade e mal-estar
Se viver sem objetivos apenas "curtindo a vida", logo o retrocesso virá. 


O equilíbrio está em não exagerar em nenhuma das duas coisas


"O segredo da magia da vida consiste em utilizar a ação para chegar a não-ação" (Lu Yen)

Sunday, December 27, 2015

O deus do consumo

Em um mundo onde o valor de uma pessoa é medido pela sua capacidade (e efetividade) de consumo, optar por não consumir não pode ser considerado uma medida popular. É verdade que há, atualmente, certo glamour em um estilo de vida alternativo, mas somente quando esse estilo é devidamente registrado por um iphone 5 em fotos e vídeos belíssimos e publicado em algum blog ou site hipster. De qualquer forma, um estilo de vida mais leve e generoso só faz sucesso quando o personagem que o encarna também o faz.

Um ricaço generoso e bonitão que constrói casas para desabrigados é admirado não por ser generoso e construir casas, mas justamente por ser um ricaço bonitão fazendo isso. O subproduto derivado desse personagem é o sujeito que sonha em ser rico e bonito para poder construir casas para desabrigados.

Um pé rapado que generosamente se dispõe a bater barro em paredes de pau a pique no sertão sem nada receber em troca, segue sendo um pé rapado como qualquer outro. Sua história pode gerar alguma empatia rápida, mas em uma análise mais criteriosa, o pé rapado segue sendo um perdedor.

O sujeito de classe média, com alguma bala na agulha no que diz respeito ao poder de consumo e que, mesmo assim, opta por consumir cada vez menos, acaba recebendo invariavelmente o rótulo de mão de vaca. E isso é notoriamente compreensível, porque não é possível ao homo-consumista imaginar que alguém, podendo, não compre, seja lá o que for. Isso é uma contravenção que deve ser tratada como fraqueza.

Negar o consumo é sacrilégio justamente porque consumir é ato sagrado. Frei Betto já descreveu com precisão os Shopping Centers como os novos templos da religião universal que abraçamos. O altar é o caixa, o sacrifício é oferecido nas máquinas de cartão de crédito, e a bênção recebida é o novo objeto de consumo que trazemos em mãos. Testemunho de fé é ostentar o produto adquirido da melhor forma possível, como, por exemplo, publicando no Facebook uma foto daquele prato de comida de um bar ou restaurante sofisticado.

Construir casas para desabrigados é atitude louvável e quem dera fosse repetida por muita gente mundo afora, mas o indivíduo que sonha com um mundo melhor e se debruça sobre as possibilidades de construí-lo disposto a calejar as mãos, deveria pensar na possibilidade de agir, desde já, de forma que um mundo assim seja minimamente viável. Um mundo melhor depende de um contingente maior de pessoas que, podendo consumir razoavelmente, optem por consumir menos. Não com o olhar penoso, sofrido e angustiado da criança que não pode comer os doces que estão sobre a mesa, mas com o olhar sereno, leve e satisfeito de quem está plenamente saciado com as acerolas do jardim e para quem os doces, de fato, não fazem a menor falta.


Retirado do site atrilha.blogspot.com
Autor: Tuco Egg

Friday, December 11, 2015

Memórias nostálgicas de um boêmio

O passado assombra feito sombra
É imagem que se congela, prisão.
Reprise dos prazeres que já vivi.

Momentos felizes,
Aparentam perfeitos,
Mas não foram
E já se foram.
Lido com isso

Trago no peito as marcas do que amei
Trago na alma os sonhos que sonhei
Mais um trago por favor,
Digo ao garçom

Mas nem a bebida apaga,
Veja o preço que se paga,
Por avançar numa direção inusitada
Por andar sem rumo na estrada

Assim é: a vida se renova,
Ela vai... e você com ela
Ou vai por bem ou por mal
E não há mal nenhum,
Em se agarrar a algo

Mas saiba que é efêmero
Que não vai durar, e ainda assim,
Nós vamos continuar

De cabeça erguida
E coração aberto